quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Nova Romaria ao local do crime

Como já tinha combinado com os meus colegas Sebastião e Paulo que se encontram de férias no parque de campismo de Âncora ontem resolvi fazer uma nova incursão ao local do crime onde nas minhas férias deste ano matei mais de 60 peixes (fora os que foram prá água ou dados a outros colegas por não terem medida - os que dei já estavam mortos pois tinham engolido tudo) - Moledo. Preparado o material parti em direcção ao pesqueiro. Os meus colegas já tinham apanhado a isca (barranha ou rabichona) e pelo caminho comprei duas doses de casulo no Jaime.



Chegado ao pesqueiro ainda era cedo e havia muita gente a fazer praia. Marquei o lugar para mim, onde me parecia melhor, alargando as canas para dar espaço prós meus colegas colocarem as deles pois iriam chegar mais tarde.



O pessoal foi deixando a praia e toca de colocar as iscas de molho. Entretanto chegam os meus colegas mas uns cinco minutos atrasados pois o local que seria para eles tinha acabado de ser ocupado pois dois pescadores que tinham chegado. Os meus colegas montaram as canas e... isca na água. O mar estava com um trabalhar perfeito para dar peixe bom. Boas ondas e bem espaçadas.



Nisto sinto a minha cana a bater. Corro para ela e ferro o peixe. Os meus colegas nem se apercebem e só quando lhes assobio é que deslocam até ao pé de mim para ver o que tinha tirado. Um robalo com mais de 800g. Preparo novamente o material e cana na água.
Passado uns minutos nova cabeçada. Desta vez vários pescadores se aperceberam dela. Pego na cana e ferro o peixe. Boas cabeçadas e siga para norte.



- Alto! este já é melhor.



Passado algum tempo fica a seco. Lindo. Pesado no local pelo Paulo (levou a balança digital) marcava 1,120kg.



As horas iam passado e nem mais um toque. Nisto avistam-se quatro luzes ao fundo. Era PM a fazer uma visita ao pessoal em duas moto4. Viu licenças, BI e o peixe. Ainda conversei com eles sobre a mortandade de peixe pequeno. A resposta que me deram é já estavam a tratar do assunto mas que era dificil pois muitos pescadores não sabem as medidas e como só vão pescar nas férias só se lembram de tirar a licença por que ouviram falar que era obrigatório. Sugeri-lhe que quem fosse apanhado uma vez era avisado e como ficavam com os BI e número de licença da próxima vez não tinham desculpa. Acataram a sugestão e disseram que iriam falar disso dentro do posto de comando. Vamos ver se dá resultados. Ainda falei sobre os barcos de pseudoprofissionais que matam tudo que cai na rede e largam redes muito próximo da margem. Sobre isso disse que estavam a ser tomadas medidas para combater esses atentados e que já alguns foram autoados e que para breve as coisas iriam começar a melhorar pois o português só percebe quando lhe entram no bolso. Terminada a vistoria seguiram para os pescadores seguintes onde fizeram o mesmo. Acho bem este tipo de atitude e é de louvar a fiscalização das nossas praias feita deste modo.

Entretanto ao nosso lado vemos um pescador a lutar com um peixe mas não o conseguia colocar a seco. Fui ajudar a tirar o peixe e lá o conseguimos tirar. O homem solta um grito de alegria. Também era um peixe bonito. Pesava 2,100kg.



O tempo ía passando e não dava sinal de peixe. As iscas vinham inteiras e tudo ensarilhado. Numa dessas vezes em que vinha tudo enrolado pousei a cana no espeto e tratei de colocar o estralho operacional. Estava eu entretido de volta deste quando me apercebo de uma onda mais forte que vem em minha direcção. Tento recuar de marcha atrás mas tropeço e vou ao chão. A onda como vinha com bastante força não foi de modas e zás... molhou-me todo até à cabeça. Fiquei que nem um pinto. Os meus colegas riram-se da sitaução e eu também pois em muitos anos de pesca foi a primeira vez que apanhei um banho assim. Molhei o telemóvel, a chave de cartão do carro (é um megane e a chave é electrónica) e ainda perdi as chaves de casa e do trabalho (só quando cheguei a casa é que me apercebi). Para sorte minha não tinha vestido o casaco. Tirei a camisola e a camisa e vesti-o. Ainda aguentei mais um pouco mas como não dava nada resolvemos regressar a casa. Ao chegar a casa verifico que não tenho as chaves e toca de acordar a minha esposa. Riu-se de mim e da minha aventura também.



Fica mais este dia para recordar e a foto dos peixes tirados. Dois kg deles já foi bem bom.






2 comentários:

José Cavalheiro disse...

Boas Rui.
Vim ver o teu blog depois de uma passagem pelo "sitio do poescador", onde encontrei um comentário teu de uma loja de pesca bem longe do teu poiso.
Vou dar-te uma sugestão para escreveres ai no blog, fala um pouco dessas barranha ou rabichona, nome interessante para um isco, que isco é.
É assim mesmo há que aproveitar e dialogar pedagógicamente com as autoridades.
Foi azar ou sorte o que se passou no final da noite?
Olha se não levas peixe para casa ainda dormias molhado na soleira da porta.
hahahaha
Gostei do teu blog
Continua
Fica bem

Rui Barroso disse...

Obrigado José.

Sobre a rabichona ou barranha já pensei em fazer esse artigo mas o meu tempo para o fórum é muito pouco e para pescar ainda menos. De qualquer modo vou pensar nisso e quando tiver disponibilidade faço isso.

Fica bem e um abraço.